A bout de souffle

Politicamente ferido por uma derrota eleitoral, eticamente colado a vagas e oportunistas papeletas secretamente assinadas nos esconsos da Assembleia com os partidos da esquerda não-democrática (e também com Heloísa Apolónia), moralmente desacreditado pela golpada com que a todos (com a excepção de Pedro Nuno Santos e Carlos César) ludibriou, lá chegou António Costa, o usurpador, a primeiro-ministro.

Por entre o ‘excel’ ridente martelado por Centeno e uma economia anémica; por entre o garrote de Bruxelas e as promessas a cobrar pelo desvario dos inconfiáveis PCP e BE; por entre o peso da realidade e a leveza da alucinação esquerdista, a Costa, o funambulista, e ao XXI Governo Constitucional nada sobrará além de um diário exercício de equilibrismo circense. E de vale-tudo.

À falta de escrúpulos que Costa, o contorcionista, nos habituou – e o espantoso uso orwelliano da linguagem no discurso de tomada de posse? –, junta-se um corpo de governantes-faca-nos-dentes a guardar o caminho estreito até as sondagens acenarem ao PS e irmos a eleições. Isto, naturalmente, se Costa, a rã, não perder o fôlego de sobrevivente no Kama Sutra quotidiano que vai ter de praticar com os escorpiões da extrema-esquerda.


Diário Económico | 30.11.2015