a fuga:


Segundo Caderno, O Globo, 03.05.2011






Ameaçado por Napoleão, D. João abandona Portugal e foge para o Brasil.


Na manhã de 29 de novembro de 1807 os portugueses acordaram com a informação de que a rainha, D. Maria I (também conhecida como “A Rainha Louca”), seu filho, o príncipe regente D. João, e toda a Corte estavam fugindo para o Brasil sob a proteção da Marinha Britânica.


D. João fora colocado contra a parede e obrigado a tomar a decisão mais grave da sua vida. Seu adversário era ninguém menos do que Napoleão Bonaparte. O imperador francês estava em guerra com a Inglaterra, aliada de Portugal, e havia decretado o Bloqueio Continental, ou seja, fechado os portos europeus ao comércio de produtos britânicos.


Assim, em novembro de 1807, as tropas francesas marcharam em direção a Lisboa, prontas para varrer Portugal e chutar seu príncipe regente do trono. Sem exército para se defender, D. João preferiu fugir para o Brasil, protegido pelos navios de guerra britânicos, levando junto a família real, a maior parte da nobreza, seus tesouros e todo o aparato do Estado.


[1808, Laurentino Gomes, 2010]