moradas
Estou só, coloco a flor-cinza
na jarra de negrume amadurecido. Boca gémea,
dizes uma palavra que se perpetua diante das janelas,
e mudo trepa meu sonho por mim acima.
Sou a floração do tempo sem viço
e guardo resina para uma ave tardia:
ela traz o floco de neve na pena vermelho-vida;
de grãozito de gelo no bico, sobrevive ao Verão.
[Corona | Paul Celan / Trad. Gilda Lopes Encarnação + Edifício Jardim das Amoreiras, Arqtº Carrilho da Graça, 2010]
- | João Amaro Correia / 5.1.15
-
0
comments
- Labels: janelas altas, lisboa, lisboetas, paisagem