Sair do armário: diga qualquer coisa de Direita

De todos os méritos de Paulo Portas na liderança do CDS, e foram alguns, um dos mais relevantes terá sido a capacidade de atracção de «jovens quadros», na gramática portista, ao partido. São alguns nomes que, por sortilégio do calendário político, em pouco tempo ganharam lastro político, governativo e, não menos importante, mediático.

Destacam-se, naturalmente, Adolfo Mesquita Nunes, pelo excelente trabalho no Turismo, e Assunção Cristas, na difícil pasta da Agricultura. Cristas que, apesar de tudo ainda deixa grande parte da direita na expectativa, tem, para já, a enormíssima vantagem de poder articular com algum recato as diversas tendências que convivem no CDS.

Liberais e neo-liberais, conservadores e democratas-cristãos, têm agora oportunidade para construir tranquilamente uma casa comum para lá das limitações históricas.

A grande responsabilidade aos ombros de Cristas é apontar o futuro a uma direita afirmativa, que recusa os complexos do pós-25 de Abril, cosmopolita, por ser verdadeiramente conservadora e, citando Adolfo Mesquita Nunes, «sensata», avessa a qualquer tipo de engenharia social a despeito da crua realidade das coisas. É isto que urgentemente necessitamos.

Diário Económico | 19.01.2016