O sentido


A crer que os rituais da democracia ainda não foram totalmente esvaziados do sentido que possam adquirir no concreto das nossas vidas, sobra para o debate desta quarta-feira uma útil ocasião para se compreender com alguma serenidade aquilo que nos trazem Passos e Costa.

Mas o exercício é difícil. Se a Passos se pede que acorde da hibernação e nos mostre como pode protagonizar um horizonte de esperança para os próximos quatro anos quando o próprio, nos últimos quatro, não pôde ou não o soube fazer, a Costa impõe-se necessariamente um discurso que introduza alguma ordem na balbúrdia instalada no combóio socialista.

Para os 20 a 25% de indecisos revelados pelas sondagens conhecidas pode estar aqui a última oportunidade para, fora do circo das “acções de campanha”, encaixarem as propostas de Passos e Costa numa lógica que lhes responda às suas preocupações e inquietações.

Eventualmente mais pragmáticos que os convertidos à ideologia, aguardam que alguma racionalidade lhes seja, por fim, oferecida. Nem que seja a do mal menor.


Diário Económico | 09.09.2015