[ Lysoen: Hommage a Ole Bull , Nils Okland e Sigbjorn Apeland, ECM, 2011]
«La canzone vive della parola e dei ritmi quotidiani, della profondità della vita dell’uomo comune. È questa la forza e il criterio valutativo della "musica leggera"», cita Antonio Spadaro, o Padre jesuíta editor da revista La Civiltà Cattolica, no seu blogue CyberTeologia, e é desta força do quotidiano que respira "Lysoen: Hommage a Ole Bull", de Nils Okland e Sigbjorn Apeland, (ECM, 2011). Lysoen é o lugar na Noruega que Ole Bull (1810-1880) escolheu para construir a sua casa de verão, após mais de 50 anos em tournée por toda a Europa como violinista, e recolher com a sua família. Foi em Lysoen que Ole Bull sedimentou um sentido de identidade nacional norueguesa – país, forçado à época, à união com a coroa sueca – através de recolhas e do levantamento do repertório tradicional e popular. Foi em Lysoen que Nils Okland (violino) e Sigbjorn Apeland (piano e harmónio), também eles provenientes da tradição da música popular norueguesa. E talvez por isto mesmo, esta música nos surja com uma mais forte impressão emocional. As composições, ou originais de Ole Bull, nelas inspiradas, tecem um programa – ainda que em bom rigor esta não seja música programática – onde podemos mergulhar com profundidade na paisagem e na cultura norueguesa contemporânea. Para lá das categorias de introspeção ou extroversão, das surpreendentes colorações minimalistas (nas composições de Nils Okland e Sigbjorn Apeland, decorrentes das vanguardas norte-americanas da segunda parte do séc.XX), "Lysoen: Hommage a Ole Bull" propõe-nos uma maneira serena mas rica de articularmos as paisagens que vamos construindo com as que herdámos do passado. Mais que um tributo a Ole Bull, uma maneira de aprendermos estar atentos ao que nos rodeia. Publicado no sítio do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. |