[Hotel Marina Leblon, Rio de Janeiro] Sendo essencialmente moderno, ainda que pré-moderno, o nascimento das cidades do Novo Mundo, pergunto-me se o catecismo modernista, que ainda é matriz do espírito do arquitecto e do urbanista, não terá guiado as sociedades mais à infelicidade que à felicidade. Hoje, sei-o, é possível ser-se feliz numa favela. Não discuto se essa felicidade é muro erguido de medo e prisão, sê-lo-á certamente aos olhos do sujeito de pressupostos burgueses da sociedade do bem-estar. Mas depois questiono a verdade e autenticidade dessa liberdade caucionada pelo consumo. É que, no fundo, essa liberdade está a construir as cidades todas iguais pelo denominador comum da disneylandização turística da cidade global. Lado a lado com a outra parte, excluída, os novos sans-coulottes do capitalismo global. Do capitalismo fora da euforia nineties que o supunha apenas possível dentro de um quadro liberal-democrático. |
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- | João Amaro Correia / 7.12.10
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