vontade de poder, ano 50


Brasília

[...]

Te encontro em Sampa
De onde mal se vê
Quem sobe ou desce a rampa
Alguma coisa em nossa transa
É quase luz forte demais
Parece pôr tudo à prova
Parece fogo, parece
Parece paz, parece paz
[...]
Eu não espero pelo dia
Em que todos
Os homens concordem
Apenas sei de diversas
Harmonias bonitas
Possíveis sem juízo final

[Fora da Ordem, Caetano Veloso, 1992]


É da vontade e da solidão derrubar árvores e erguer cidades. Ainda do tempo em que os homens acreditavam nos homens, no tempo em que os homens acreditavam no Homem, e se inventavam cidades da mais pura fantasia da razão. E do poder. O poder que tende a não se bastar nos limites do fraco entendimento humano.
Ou Freud ou Nietzsche ou Darwin ou Marx ou Le Corbusier. Tudo ruiu. Por eles, com eles, depois deles, tudo ruiu.
E talvez seja melhor assim. Um pouco mais (de) humano.


Esse imenso, desmedido amor
Vai além de seja o que for
Passa mais além do
Céu de Brasília
Traço do arquiteto
Gosto tanto dela assim
Gosto de filha
Música de preto
Gosto tanto dela assim
Essa desmesura de paixão
É loucura do coração


[Na Linha do Equador, Djavan]