moradas















































Casca da árvore nocturna, facas filhas da ferrugem
segredam-te os nomes, o tempo e os corações.
Uma palavra, adormecida quando a ouvimos,
deslizou para debaixo da folhagem:
eloquente há-de o Outono ser,
mais eloquente a mão que o recolhe,
fresca como a papoila do esquecimento a boca que a beija.


A Eternidade | Paul Celan / Trad. Gilda Lopes Encarnação