requiescat in pace

As notícias da morte de Oscar Niemeyer são manifestamente exageradas.


[MAC NIterói, Niterói, 1996]










E agora?
Terá sido Niemeyer o eucalipto que secou a prática mais recente da arquitectura brasileira, enclausurada entre uma pobre reflexão disciplinar e a experiência, cada dia mais voraz, do capitalismo predatório em territórios emergentes? Foi Niemeyer o responsável pela posição central que ocupou no sistema mediático que o endeusou e eclipsou a visibilidade de outras práticas, porventura mais profícuas, e outras gramáticas, porventura menos simplistas e mais subtis e complexas, na arquitectura brasileira?
O seu a seu dono, e se o contributo do velho comunista é inegável e a visibilidade que este adquiriu no contexto internacional (já ninguém diz internacional?) é de justíssimo mérito, não será menos equívoco o abundante espaço com que a figura de Niemeyer ofuscou outras hipóteses brasileiras - numa sociedade onde ser visto se constitui como se ser, o resto é invisível.




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Mas recorde-se, sobretudo, Brazil Builds, a exposição e o catálogo do MoMA, de 1943, através dos quais a arquitectura portuguesa contactou com a produção do modernismo tropical(ista), num movimento que nos leva à arquitectura tradicional portuguesa, a Raul Lino, a Lúcio Costa (este sim, quanto a mim, decisivo), à História.
                                                                               ]


MAC Niterói
Cataguases
Óscar Niemeyer, Ruy Belo
fodido não tem vez
reconciliação
história contra-factual
Quando o mundo foi criado, foi preciso criar um homem especialmente para aquele mundo.
lagoa
lagoa#2
Brasília, Clarice Lispector
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e a grandeza épica de um povo em formação/nos atrai, nos deslumbra e estimula
o projecto incompleto da modernidade