novo mundo


[Hotel Marina Leblon, Rio de Janeiro]


Sendo essencialmente moderno, ainda que pré-moderno, o nascimento das cidades do Novo Mundo, pergunto-me se o catecismo modernista, que ainda é matriz do espírito do arquitecto e do urbanista, não terá guiado as sociedades mais à infelicidade que à felicidade.
Hoje, sei-o, é possível ser-se feliz numa favela. Não discuto se essa felicidade é muro erguido de medo e prisão, sê-lo-á certamente aos olhos do sujeito de pressupostos burgueses da sociedade do bem-estar. Mas depois questiono a verdade e autenticidade dessa liberdade caucionada pelo consumo.
É que, no fundo, essa liberdade está a construir as cidades todas iguais pelo denominador comum da disneylandização turística da cidade global. Lado a lado com a outra parte, excluída, os novos sans-coulottes do capitalismo global. Do capitalismo fora da euforia nineties que o supunha apenas possível dentro de um quadro liberal-democrático.