o estado da arte


[Dance and Music Center, The Hague, Zaha Hadid, 2010]


Se é definição da actual condição o excesso - imagens, velocidade, informação, realidade – a bulimia informativa submerge-nos, incautos, na dormência da percepção, no torpor da sensação, da aesthesis. [cf. Neil Leach].
A sonolência histórica, a ansiedade, medo, do futuro, a crise do presente: a fantasia deixou de ser um lugar da especulação de uma possibilidade do futuro – seja o futuro aquilo que hoje está ao nosso alcance produzir. E o futuro, excluído de ilusão, digo esperança, vai alimentado o presente destituído de qualquer significado que não seja o do imediato, o do prazer sem outro retorno que a satisfação dos desejos mais ou menos frívolos que se vão alimentando viciosamente.
Não será moralismo – falso ou verdadeiro – pensar que a culturalização absoluta de tudo, sobretudo das imagens, das mais díspares proveniências e dos mais distintos significados, poderá estar na origem de respostas tão iguais, semelhantes, de tantos – reconhecidos – à mesma questão. Iguais, semelhantes e, provavelmente, indiferentes.