O PÃO NOSSO DE CADA DIA





1.
As formas nascem da mão aberta.
Mas há uma que nasce da mão fechada,
da mais íntima concentração da mão,
da mão fechada que não é e não será um punho.
O homem corporifica à roda dela
como a última fibra da noite
ao engendrar a luz que coincide com a noite.
 
Talvez com essa forma seja possível
a conquista do zero,
a irradiação do ponto sem resto,
o mito do nada na palavra.

[Terceira Poesia Vertical | Poesia Vertical / Roberto Juarroz, trad. jac]