Para o homem primitivo, um objecto ou uma acção apenas adquire valor, isto é, apenas encontra a sua realidade e indentidade, na medida em que participa de algum modo de uma realidade que o transcende: uma acção só adquire significado enquanto gesto que retoma uma acção primordial, enquanto repetição desse primeiro gesto já inaugurado, do mesmo modo que um espaço ou uma construção só é real e identificável enquanto espaço ou construção que retoma um arquétipo extra-humano. [Entre o Corpo e a Paisagem, Arquitectura e lugar antes do genius loci, Armando Rabaça, 2011] |
[2001: A Space Odyssey, Stanley Kubrik, 1968] Porventura esquece-se a arquitectura do gesto que lhe dá origem. E significado. Ou na turbulência desta modernidade se faça necessária a revisitação a arcaísmos: à raiz das palavras, à autenticidade das coisas, à irrepetibilidade e permanente reactualização do real. A urgência das casas é excluída dos RGEUS, PDM’s, do labirinto regulamentar que corporiza a sociedade (tecnologicamente) complexa. Terrivelmente primária na necessidade, talvez convenha à arquitectura deixar de ser moderna para voltar a ser moderna. |