apenas uma breve consideração sobre a natureza dos objectos


[Terminal de Cruzeiros de Lisboa, João Luís Carrilho da Graça, 2010/...]


Se uma das funções da arquitectura é tornar visível (o que sem ela não seria possível ver-se), ela fá-lo pelo vagar, ente cena e obscena, através das subtilezas das luz e da obscuridade. Não exactamente como num teatro, ainda que com o drama partilhe alguns dos materiais e a urgência do tornar-se visível para dar a ver.

Alguém hoje, depois de uma furtiva viagem a Lisboa, propunha, lado-a-lado, o Carrilho da Graça que trazia na bagagem e Isay Weinfeld.
Pode ser. Não apontar para nenhuma direcção é uma legítima opção, no mar-rede de direcções possíveis. Como também o é, obscenamente, querer deixar de dar a ver para, com alguma ansiedade e/ou vaidade, desejar apenas ser-se visto.

Mas aí talvez já não estejamos a falar de arquitectura. Talvez de objectos. Apenas.