via Posto 12
Ou condenados ou excluídos ou fugitivos ou radicais em busca de um lugar para a construção de uma utopia, o caldo cultural da América do Norte, a todos a tarefa incumbida era a da fronteira. O limite sempre novo, o horizonte cada vez mais largo, a possibilidade do paraíso possível no aqui e no agora, em espaço aberto.
E é por essa via, a do espaço, a da solidão que se estende pelo território, que mais depressa se chega John Ford do que à montagem da cena final de Á Bout de Souffle, pese embora a fuga empreendida e, obviamente, ou por isso mesmo, Jean-Paul Belmondo acossado. Duas visões do mundo incoincidentes, coincidem, Ford e Godard, na mesma transformação pelo olhar que terá acontecido a Le Corbusier após sobrevoar pela primeira vez o espaço infinito do continente americano, em 1929: Je n'existe dans la vie qu'à condition de voir. Donde, daqui em diante, um projecto arquitectónico, urbano, ou territorial, corbusiano integrado pelo ver. O mesmo território, o mesmo vínculo de conhecimento do mundo, no fundo, de John Ford. |