um lugar no mundo#6
Arriscar dizer que a arquitectura não é técnica de representação do mundo. Se o fosse seria pueril e ingénua prática tecnológica do edifício.
O arquitecto trata do limite e do confim e da extremidade. Ofício de agrimensor e das medidas e divisões fixadas no chão que fundam um lugar. A arquitectura é fundante. Funda o real pela construção de muros chão tecto e dos golpes com que o ar os rompe e lhes abre uma exterioridade.
Avançar por um quarto uma sala uma cidade ou pela história da arquitectura são modos, diversos e sempre os mesmos, de tocar o real.
Tangere. A presença da arquitectura deflagra no corpo. E esse é o instante-encontro com o mundo. Lugar onde se levanta outro mundo.
É o fulgor da junção das pedras ao corpo. Da descoberta-invenção de uma possível ordem da pele e dos muros. A continuação do corpo na matéria mineral. A carne e as pedras.
- | João Amaro Correia / 30.12.09
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