um país que não se basta a si próprio


[História de Portugal, Rui Ramos, Bernardo de Vasconcelos e Sousa, Nuno Monteiro, 2009]



A construção política de um estado de todo improvável que nasceu e sobrevive contra. Contra a exiguidade do rectângulo, contra a insuficiência de recursos, contra um vizinho que apavora.
E um Estado político omnipresente. Que de tanto existir e querer ser, deixou que o indivíduo existisse pouco.
Da ocupação artificiosa do espaço, da necessidade de espaço - recurso e subsistência – depois confinados ao rectângulo, limitados por uma fronteira rígida, o mar como caminho, necessidade interesse e espaço, o mar que foi o espaço.
Perde-se o mar que se ousou dividir a meio, na ignorância do planeta, e as glórias, que nunca foram glória, mas apenas, repete-se, necessidade e violência, remetemo-nos ao rectângulo improvável.
Já fomos mar e nunca Europa. Um rectângulo improvável. Sem agora.


adenda: História de Portugal, António Barreto