A seguir à honra, é o amor que desempenha um papel predominante na arte romântica. Hegel, Lições de Estética | Hegel concede à arquitectura o primado entre as artes liberais. Não por acaso atribui à imediata função da arquitectura simbolizar-se a si mesma – pirâmide, túmulo -, como que designasse a ordem, a proporção, a harmonia clássicas, a essência da própria arquitectura, em que as formas seriam modeladas pelas essências fixas da sua função. Para tal seria necessária a ponderação e a cautela pelo uso da razão e das suas regras na especulação arquitectónica como, de resto, em toda a elaboração humana. Mas a especulação é já um excesso da razão. Porque não é fixa, nem estável, como o pressuposto clássico, a arquitectura romântica explode em simbolismo, o uso exacerbado do decorativismo e do detalhe. O controlo do excesso, a teleologia da própria arquitectura segundo Hegel, torna-se antes uma teleologia da auto-aparência, numa expressão das contingências do próprio projecto, da realidade. Auto-referente, a arquitectura tornar-se estéril quando refém da dominância da função; em lugar de abertura, há encerramento. E violência. |
Ain't No Grave (Gonna Hold This Body Down)
- | João Amaro Correia / 4.6.15
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