[Complexo comercial e residencial das Amoreiras, Tomás Taveira, 1985] |
Ao passar dos anos nem por isso a intelligentsia - que podemos designar formalmente como a Ordem dos Arquitectos – deixa de persistir no esquecimento de uma obra que, em parte e nos seus momentos mais relevantes, (Chelas, Olaias, Valentim de Carvalho Cascais, etc. etc.), é essencial para a compreensão da história recente da arquitectura portuguesa. Arrogância?, elitismo? – essoutra forma de provincianismo alimentado a croquete e envolto em roupas pretas sobre paredes brancas e máximo design minimal – pedantismo?, o que seja, parece que a História e a realidade, essa besta, não têm assento à mesa dos comensais bon chic bon genre que a escrevem, à história, nas dependências dos seus patéticos interesses. Passaram trinta anos. Já digerimos Tomás Taveira e as Amoreiras? Evidente. Até porque se o capitalismo tornou o modernismo o seu estilo soit-disant, ainda que ideologicamente antagónicos, muito mais fácil seria a apropriação de um sistema de signos que faz da comunicação a sua gramática essencial. A ideal para a velocidade do tardo-capitalismo. Que a História, em Portugal, não seja, mais uma vez, escrita pelos ‘vencedores’. |