cabinet de curiosités: uma pedra fechada por dentro


[Abrigo de Ludwig Wittgenstein, Noruega]


Mundi fugit,
Também Ludwig Wittgenstein recolheu a um penhasco. Isolado.
Depois da forma pura em pura observância aos limites do homem na sua razão, um salto ao alto da montanha que nos deixa perplexos.
Na Floresta Negra, em Cap Martin sobre o Mediterrâneo, a um fiorde também recolheu o austríaco.

Recolher para aumentar os limites do mundo?




Mundi fugit,
o refúgio da glória do mundo, a necessidade da verdade, algum recolhimento, um penhasco ao relento, pouca coisa quase nada, punhado de pedras organizadas ao acaso da dádiva dos lugares, algumas tábuas dispostas segundo a ordem da rigorosa necessidade do corpo.
A contemplação da verdade, algum recolhimento para que a verdade seja possibilidade, sempre um penhasco, sobre pedras elevadas diante da água, ermo solitário. Homens incapazes de outra circunstância que a da minúcia do coração, da grandeza desconhecida das edificações das casas, com outro barro que o do sofrimento patético com que cá em baixo organizamos as horas.
Outra coisa que não a desocultação das pedras que se soltam do alto por vontade que desconhecemos.

Do alto eles sabem que naufragamos cá em baixo no mar sem margem.