A estrada


Loin des Hommes | David Oelhoffen | França / 2014


Em última instância, o sentido adquire-se na sequência final em que Daru se separa de Mohamed depois de o invocar à raiva de estar vivo - apesar de tudo - num mundo sem sentido. Como se do caminhar, singular e único, contingente e imprevisível, de cada um de nós pela estrada árida da vida exala suficiente significado que contrarie o absurdo da existência. O absurdo inexplicável e indizível tornado crueldade pela cegueira com que, devotos, aderimos a uma qualquer causa que nos resgate de uma existência insignificante.

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Longe dos homens quando impossibilitados de lhes oferecer uma clara e irrevogável particularidade que lhes permita classificar, arrumar, enquadrar, organizar, dominar, o impenetrável e inclassificável mistério que cada um de nós transporta.