flatland

O processo de abstracção do real segue cada vez mais agudo e silencioso.
A indústria financeira (o mais alto grau de abstração do real), comanda a marcha, com benepácito e colaboração da política e da arquitectura, que desesperadamente necessitam da ‘abertura dos mercados’ – pela manutenção de uma ideia de progresso que tranquilize eleitorados dos 'mercados tradicionais' e a manutenção do statu quo, a primeira; por nada mais haver a construir nos lugares destes eleitorados, para além de umas vagas e demagógicas ideias e casas ‘sustentáveis’ e ‘ecológicas’que prolongam a fantasia de uma ideia de progresso, a última.
Sob o diáfano manto da democracia expropria-se o espaço privado e de subsistência através de mecanismos que na aparência o torna público e democrático mas que, objectivo último, o concentra na mão do império do dinheiro. Que monopoliza o espaço (público e privado) e a vida.



Lagos, Nigéria



Lagos, capitale économique du Nigeria. Ici, le pétrole est roi, les dollars sont brassés par millions. Le pays est le 11e exportateur mondial d’or noir. Shell, Exxon, Chevron, Total, Agip se pressent en contrebas, dans le delta du Niger, où il affleure la terre. Les dégâts de cette surexploitation sont multiples : détournement de pétrole, corruption des fonctionnaires locaux, pollution des sols, rébellion des populations dans des mouvements armés.

À Lagos, il est une catégorie de victimes dont on ne parle jamais : les expulsés, les délogés, les sans-toits. Ceux qui ont été poussés dehors par l’explosion du prix des terrains. Poussés dehors, en somme, par les expatriés, les nouveaux riches et leur niveau de vie.




Les délogés de Lagos, 6Mois







Vila Autódromo, Rio de Janeiro, Brasil



It was supposed to be a triumphant moment for Brazil.
Gearing up for the 2016 Olympic Games to be held here, officials celebrated plans for a futuristic “Olympic Park,” replete with a waterside park and athlete villages, promoting it as “a new piece of the city.”


There was just one problem: the 4,000 people who already live in that part of Rio de Janeiro, in a decades-old squatter settlement that the city wants to tear down. Refusing to go quietly and taking their fight to the courts and the streets, they have been a thorn in the side of the government for months.


“The authorities think progress is demolishing our community just so they can host the Olympics for a few weeks,” said Cenira dos Santos, 44, who owns a home in the settlement, which is known as Vila Autódromo. “But we’ve shocked them by resisting.”



Slum Dwellers Are Defying Brazil’s Grand Design for Olympics, New York Times