Global Business




















Toda a narrativa da cidade global é mais sobre consumo que sobre a polis. Aristóteles recorda na Política que o fim da cidade é viver segundo o bem. Não, apenas, viver bem: Este é o fim supremo seja em comum para todos os homens, seja para cada um separadamente. Estes, porém, unem-se e mantêm a comunidade política até mesmo tendo em vista o simples viver, porque existe provavelmente uma certa porção de bem até mesmo no facto de viver; se não há um excesso de dificuldades quanto ao modo de viver, é evidente que a maior parte dos homens suporta muitos sofrimentos e se apega à vida como se nela houvesse uma espécie de serenidade e uma doçura natural. Há, então, um princípio moral na cidade, embora a política não seja a administração de princípios morais.
A falsa, mas prevalecente e dominante, ideia de que tudo é político, traz ao domínio da política elementos que lhe são estranhos [Carl Schmitt], faz resvalar a política e a acção política para a neutralidade, quando não para a confusão deliberada de esferas antiéticas.
Recorrendo ainda a Schmitt – um perigo, reconheço – se o princípio da moral é determinado pelas noções de bem e mal, o da economia da de lucro, o da estética das de belo e feio, o da política decorre da distinção amigo/inimigo. O limite da política será, por conseguinte, a guerra, que se inscreve na política não como fim, naturalmente, mas como possibilidade. E é na guerra que se contempla a realidade que a normalidade do quotidiano veda.





The technology slowdown threatens not just our financial markets, but the entire modern political order, which is predicated on easy and relentless growth. O abandono da causa científica e a consequente impotência da tecnologia, a despeito do ímpeto da tecnologia comunicacional e da informação, com profundas implicações no ordenamento político contemporâneo, desvela o que tem sido o dogma que sustenta o Ocidente desde o séc. XVIII: o crescimento irrestrito e infinito. Hoje sabemos que tal é uma impossibilidade material. O planeta exaurido de recursos é só uma imagem dessa percepção, mesmo que apocalíptica. Mas é este o dogma de fé, positivista e materialista, que domina o pensamento ocidental de há 300 anos.



Tudo ser política reduz a política à sua sujeição aos poderes fácticos que, por sua natureza, escapam ao escrutínio público. Por consequência, a falência do político sugere-se dissimulada de paz perpétua, sob a direcção não explícita dos mercados, (mercados dominadores dos dispositivos da comuniação): The story of youngpeople, full of ambition, energy, skill and talent, moving to enticing citiesthat call to them like a siren’s song is as old as modern civilization. And in a world where national bordersare easier to traverse, where more countries are joining the prosperous globalmiddle class and where the cost of a one-way plane ticket is more affordable,young professionals probably have more cities to choose from than ever before.



Robert Moses, the greatbuilder of New York City in the 1950s and 1960s, or Oscar Niemeyer, the greatarchitect of Brasilia, belong to a past when people still had concrete ideasabout the future. Voters today prefer Victorian houses. Science fiction hascollapsed as a literary genre. Men reached the moon in July 1969, and Woodstockbegan three weeks later. With the benefit of hindsight, we can see that thiswas when the hippies took over the country, and when the true cultural war overProgress was lost.Não nos permitimos já a uma imagem do futuro e desesperamos no presente.




O espaço, tratado como plano pelo mainstream ideológico – de esquerda ou direita – resulta como ironia objectiva (reverso nas consequências das boas intenções dos princípios), mas tão pouco irónica, porque narrativa deliberadamente construída para a exclusão da política na decisão sobre a polis.
Depois do consenso keynesiano, da época dos gestos de planeamento no pós-Grande Depressão dos anos 30 – e de muitas das perversas certezas do modernismo -, o Consensode Washington consagra a reversão do antagonismo dos agentes do planeamento urbano: urbanista confunde-se com o empreendedor. O promotor é agora quem produz o espaço. E este, legitimamente, rege-se pelo princípio económico e não pelo do bem comum. O mesmo promotor que adquire ascendente sobre a decisão política por esta estar refém das receitas que decorrem do imobiliário (coda).
Resulta daqui uma lógica de territórios e micro-territórios de exclusão, cada vez mais excluídos, passe a tautologia. Territórios que não cabem no contexto modernista do planeamento, muito menos no da atmosfera da construção de imaginários já prontos a habitar – consumir- espaços de exclusão que constroem a realidade como sobras do quadro ideológico do consumo.
A cidade real é ocultada sobre a paisagem mediática, mas o real é subversivo a qualquer photoshop.