geopolítica do caos





[Earth Lights, Nasa]




Em um mundo pós-americano, pode não haver centro ao qual se integrar. O secretário de Estado James Baker sugeriu em 1991 que o mundo estava avançando para um sistema hub-and-spoke [centro e raios], em que cada país teria de passar pelos Estados Unidos para chegar ao seu destino. O mundo do século XXI talvez seja mais bem descrito como um mundo de rotas ponto a ponto, com novos padrões de voos sendo mapeados todos os dias. (Isso é verdade até no sentido físico: em apenas dez anos, o número de visitantes russos à China aumentou mais de quatro vezes, de 489 mil em 1995 para 2,2 milhões em 2005.) O foco mudou. Os países estão cada vez mais interessados neles mesmos – a história de sua ascensão – e dão menos atenção ao Ocidente e aos Estados Unidos. Em consequência, as discussões obrigatórias da campanha presidencial americana ao longo de 2007 sobre a necessidade de se diminuir o antiamericanismo erraram um pouco o alvo. O mundo está mudando da raiva para a indiferença, do antiamericanismo para o pós-americanismo.


[O Mundo Pós-Americano, Fareed Zakaria]





[ still de Over Your Cities Grass Will Grow, Sophie Fiennes, Anselm Kiefer]




A Fénix é, na verdade, o símbolo da pretensão narcísica da criação ex-nihilo, das cinzas da destruição de tudo aquilo que nos precedeu; porque, se os fenómenos naturais, como os terramotos, ou os eventos históricos, como as destruições de cidades, deixam atrás de si as ruínas, e das ruínas é sempre possível reconstruir o passado, das cinzas não pode nas outra coisa senão o mito da Fénix.


[Ambiguidade, Simona Argentieri]