sociedade sem classes









































































[Ipanema, Rio de Janeiro]





Poder-se-ia estender a democracia da praia à sociedade. E o Rio, ainda que na vertigem do alto contraste cartão postal, é a cidade da democracia do corpo. A praia, o lugar do encontro e do trabalho, do namoro e do negócio, do início e do fim. Toda a sociabilidade da cidade, todas as relações, de todo o tipo, começam, passam, terminam, na praia, por ela são contaminadas, por ela são dirigidas. Amar e trabalhar, pronunciava Freud sobre a imbecilidade da normalidade, amar e trabalhar, a normalidade, exige uma cidade ao mar. E o governo do sol, segundo a razão do desejo.