enterrar no tempo a nossa luz


[Zona residencial das Olaias, Tomás Taveira, 1982]


O espaços do nosso quotidiano, em toda a sua aventura, não se afastam daquilo que foi o trabalho de Tseu no Labirinto: a nossa memória é o fio de Adriadne que utilizamos para trilhar o labirinto urbano. O espaço como palco das acções humanas não existe. Seria demasiado simples. Mera cenografia para o corpo. O espaço existe a partir do que nos impele: o espaço geométrico não é mais que um quadro de vida. A cartografia das motivações para o percorrermos e descobrirmos. A cor de cada uma das partes do mundo. O valor sensível do mundo.
Homem errante, um ser cujo ser despertado que não pára de tactear-se toda a vida, com sentidos agudos e temerosos, inteiramente entregue à procura de alargar o espaço que lhe é vital. Intensificar as imagens a que o labirinto convoca o caminhante é o labor do espaço.